Rose observava pela janela do jatinho particular os campos verdejantes da Itália se aproximando, e um aperto tomou conta de seu peito. Assim que chegou, ao pisar novamente naquelas terras, seu coração disparou. Cada pedra do caminho, cada janela iluminada da mansão despertava nela lembranças intensas — as risadas de Frank nos corredores, o perfume dele ao agarrá-la com desejo proibido, os beijos arrebatadores que ainda queimavam em sua pele.
Agora, ela retornava não mais como a jovem sonhadora que partira um dia, mas como uma mulher carregando em seu ventre uma vida e nos olhos o peso de segredos que a queimavam por dentro. A ingenuidade da moça simples do interior havia morrido, esmagada pela dor, pela traição e pelas escolhas forçadas. Restava apenas uma Rose transformada, ferida, mas de pé — amadurecida à custa de lágrimas e cicatrizes que o tempo jamais apagaria.
Dona Lúcia a recebeu de braços abertos, com a habitual elegância e aquele sorriso firme que escondia intenções mais pr