Astor atravessou os corredores do castelo com passos medidos, as mãos cruzadas atrás das costas, a expressão impenetrável. O encontro com Lucian e Seraphine havia lhe dado muito em que pensar. A corte se agitava como um ninho de serpentes, e Elise era o epicentro de tudo.
Se já não bastasse ser rainha, agora ela carregava dentro de si as vidas que decidiriam o futuro do reino.
Ele parou diante da porta dos aposentos da rainha e, sem cerimônia, entrou. Elise estava sentada à beira da lareira, os olhos fixos nas chamas trémulas, mas ele não perdeu os pequenos sinais de cansaço que marcavam seu rosto. A pele ligeiramente pálida, os lábios pressionados num silêncio calculado.
Ela sabia que ele viria.
— De quantas visitas inesperadas terei de suportar essa noite? — Ela ergueu os olhos, o cansaço evidente, mas sua voz não fraquejou.
Astor sorriu de lado e caminhou até a mesa, servindo-se de vinho sem pedir permissão. Ele girou o líquido escuro na taça antes de responder.
— Quem sabe? Se for