Astor recostou-se na poltrona de seu gabinete, girando lentamente o anel no dedo. O cómodo estava silencioso, salvo pelo crepitar da lareira e pelo tilintar do vinho quando ele girou a taça distraidamente. O gosto amargo da bebida não o satisfazia como antes. Nada o satisfazia ultimamente.
O jogo havia mudado. E, dessa vez, ele não estava certo de que gostava da nova direção.
Elise.
Ela o desafiara, encarara-o sem medo e, pior, impusera sua presença como uma verdadeira rainha. Ele deveria estar irritado, mas tudo o que sentia era um incômodo curioso, um interesse que beirava a admiração. Havia visto muitos se dobrarem sob a pressão da corte. Elise deveria ter quebrado há muito tempo.
Mas ela não quebrou.
Lucian, por outro lado, estava visivelmente abalado. Havia um traço de exaustão em seus olhos, uma vulnerabilidade que Astor raramente via no irmão. Era quase divertido, se não fosse tão preocupante. Lucian sempre tentava carregar o peso do mundo nas costas. Isso poderia destruí-lo an