Gustavo
Domingo. Meio-dia.
Eu já tava encarando o espelho fazia tempo, tentando entender por que diabos um almoço de família me deixava tão nervoso.
Não era a roupa, nem o calor. Era ela.
Clara.
Peguei uma camisa qualquer, dobrei as mangas e tentei parecer alguém que sabia o que tava fazendo. A verdade é que não sabia. Só sabia que queria ela comigo.
Disquei o número antes que o bom senso mandasse eu parar.
— Rainha do Bar, bom dia.
— Gustavo? — a voz dela veio rouca, sonolenta. — Que horas são?
— Hora de almoçar comigo.
Silêncio do outro lado.
— Almoçar?
— É. Lá em casa. Helena fez lasanha e… sei lá, achei que você ia gostar.
Ela demorou pra responder, e eu já comecei a pensar que tinha falado besteira.
— Sua cunhada?
— Ela mesma.
Mais silêncio.
— Você tá me chamando pra conhecer sua família?
— É só um almoço, Clara. Lasanha e conversa fiada. Prometo que ninguém vai te interrogar.
Ela soltou um riso baixo.
— Você é maluco.
— Um pouco, sim. Te busco em uma hora.
— Gustavo…
— Sem de