A confissão
O salão estava iluminado por centenas de pequenas luzes penduradas no teto, refletindo o brilho nos rostos das pessoas que riam e conversavam.
Letícia sentia-se deslocada no meio da multidão elegante da cidade, com seu vestido simples e os sapatos que ainda rangiam um pouco nas solas.
Apesar de todo o glamour à sua volta, algo na atmosfera quente e viva do baile a fazia sentir-se estranhamente leve, quase como se estivesse escapando da tensão constante da fazenda, mesmo que apenas por algumas horas.
Ela dançava com um cavalheiro de semblante simpático, alguém gentil o suficiente para não perceber suas incertezas e desajeito nos passos.
A música lenta preenchia cada canto do salão, e Letícia se permitia um pequeno instante de normalidade, sorrindo sem perceber que Henry, parado próximo ao bar, a observava.
O ciúme lhe apertava o peito como uma corda, uma mistura intensa de raiva, possessividade e desejo.
Cada risada dela, cada olhar dela para o parceiro de dança fazia