Chegando aos trabalhadores
O sol já estava alto quando nos aproximamos do celeiro principal da fazenda.
O vento carregava o cheiro da terra molhada, do feno recém-arrumado e do gado pastando nas cercanias.
Laura corria à frente, curiosa, seus pés descalços afundando na grama ainda úmida do orvalho da manhã.
Letícia a chamava, tentando manter a calma, mas sentia o coração bater rápido, uma mistura de ansiedade e excitação.
Henrique estava ao meu lado, a expressão indecifrável, alternando entre a pose rígida do homem que comanda tudo e os pequenos gestos inconscientes de cuidado, o braço que roçou no meu ao me ajudar a levantar a pequena, o olhar que durou um segundo a mais do que deveria, um sorriso contido que sumiu tão rápido quanto surgiu.
— Vamos devagar, Laura. Disse Letícia, tentando controlar a voz, mas um sorriso escapou.
A menina se virou e riu, mostrando dentes pequenos, brilhantes, antes de sair em disparada novamente.
Henrique bufou, o som rouco carregado de u