O sol mal tinha nascido quando acordei com o celular vibrando na cabeceira.
Esfreguei os olhos ainda pesados de sono e, sem olhar direito, atendi.
— Alô? Minha voz saiu arrastada.
Do outro lado, uma voz feminina que eu conhecia bem respondeu com ironia:
— Que bonito, hein? Dormindo como um príncipe, enquanto eu estou aqui tentando resolver os estragos da sua “genialidade”.
Era a Felícia, claro.
— Estragos? Sentei na cama num pulo, o coração disparando.
— O que eu fiz agora?
— Ah, nada demais…
—Só que metade da cidade acha que vocês dois já estão organizando o casamento mais badalado do ano. Ela deu uma risadinha sarcástica.
— E adivinha quem está ligando pra confirmar detalhes?
—Jornalistas, colunistas sociais, fornecedores…
—Até a sua mãe, meu caro, que me perguntou se já escolheu o terno.
Passei a mão pelo rosto, sem saber se ria ou se entrava em pânico.
— Isso é sério?
— Mais sério do que você imagina. Felícia suspirou.
— A notícia correu como fogo em palha seca.
—Agora v