Damian
O convite chegou em papel grosso, com o brasão dourado e perfume caro. Mas o cheiro verdadeiro era outro: armadilha.
Adrian Voss organizava um banquete luxuoso, “em homenagem à filantropia empresarial”, e convidou meio conselho, políticos e jornalistas.
Ronan leu a mensagem e me olhou como quem já sabia o que eu ia responder.
— Não vai. — Disse, direto.
— Já fui. — Respondi, guardando o convite no bolso. — Se ele quer palco, eu levo a platéia.
— Damian, isso é provocação.
— E eu sou a resposta.
Amara entrou no escritório, apoiando-se na moldura da porta.
— Então ele finalmente mostrou as garras.
— Quer fazer o circo parecer baile — falei.
— E você vai?
— Vou.
— Então eu vou também.
Ronan soltou um suspiro irritado.
— Ele quer atingir você, não ela.
Amara respondeu antes de mim:
— Ele me atinge quando tenta separar o que somos. E eu não fico atrás quando o ataque é pra nós dois.
O salão do hotel parecia um templo de ouro. Lustres gigantes pendiam do teto, o chão espelhava os pa