A luz alaranjada da tarde filtrava-se por entre as árvores quando Camélia se despediu de Tânia com um aceno. O corpo doía em lugares que ela nem sabia nomear, mas a alma... a alma vibrava. Treinar com Tânia era como ser moldada a ferro e fogo, difícil, mas necessário.
Ela caminhou de volta com passos lentos, tentando absorver tudo que ouvira e sentira. A clareira, o suor, os golpes, os conselhos. “Não vão te dar nada fácil.” As palavras de Tânia ainda ecoavam dentro dela. E, de alguma forma, Camélia sabia que estavam certas.
Ao chegar em casa, foi recebida pelo cheiro quente de café fresco e o som familiar da voz de Madalena chamando alguém na cozinha. Gustavo conversava com Júlio na varanda, os dois rindo de algo trivial. Havia uma tranquilidade ali que contrastava com a tensão que Camélia carregava no peito.
Ela sorriu de leve, cumprimentou todos com um beijo rápido e subiu devagar para o quarto. Precisava de um banho, mas também de silêncio. De processar.
No espelho do banheiro, ol