Camélia retornou, os passos firmes apesar do leve enjoo que ainda rodopiava em seu estômago como uma lembrança sutil da noite intensa. Tânia caminhava ao seu lado, o olhar aguçado, os sentidos em alerta.
No instante em que cruzaram a porta, o ar pareceu vibrar. Como se a própria sala reconhecesse que algo havia mudado. Que a presença delas carregava um peso maior que qualquer argumento, qualquer conspiração.Ícaro riu. Um som seco, cortante, que escorregou pelas paredes como veneno.— E aí está ela… a doce causa da ruína. — A voz dele era carregada de desprezo — A cidade sangra, e vocês ainda chamam isso de esperança?Kael girou. Devagar, como quem segura o próprio furacão por um fio. Os olhos ardiam. O lobo em sua pele rugia em silêncio. E então ele falou. Não com gritos. Não com ameaças. Mas com a força crua, ancestral, que carregava em seu sangue:— Chega.A palavra reverberou como um trovão abafado.Não houve tremores. Nã