Quando se afastou do beijo, Catarina notou que Henri também chorava. As lágrimas desciam silenciosas, misturando-se ao sorriso contido que ele tentava manter. Aquela imagem tão sincera, tão humana, a desmontou completamente.
Era como se, em um único instante, todo o passado fosse lançado para bem longe e esquecido.
— Nunca imaginei que iria te ver assim — disse ela, enquanto observava as lágrimas escorrendo pelo rosto dele.
Henri tentou conter o choro, mas o olhar permanecia vulnerável, despido de qualquer orgulho.
— Nem eu — respondeu com um sorriso fraco. — Acho que o amor faz essas coisas com a gente.
— É sério mesmo quando diz que me ama? — perguntou, quase num sussurro, com medo da resposta e, ao mesmo tempo, ansiando por ouvi-la.
Henri a olhou nos olhos, sem hesitar, deixando que a sinceridade falasse antes mesmo das palavras.
— Com todo o meu coração — respondeu. — E, se for preciso, passo o resto da vida provando isso para você.
Catarina sentiu o ar lhe faltar por um instante.