Percebendo que o olhar dele vacilava e que Henri parecia prestes a recuar, como fez mais cedo, Catarina agiu por instinto. Segurou a mão dele com mais força, firme o bastante para fazê-lo parar. O gesto foi simples e bastou para que ele a olhasse de novo, com os olhos marejados de desejo e medo.
Henri mordeu os lábios, lutando contra as palavras que insistiam em sair, até que, num sussurro rouco, cedeu.
— Catarina…
Seus olhos se encheram de expectativas.
— O que foi? — perguntou, com a voz trêmula.
Ele respirou fundo e confessou:
— Eu quero te beijar.
O tempo pareceu parar. A confissão a fez engolir em seco e, por um instante, ficou imóvel, sentindo o coração martelar no peito. O som da própria respiração era tudo o que conseguia ouvir. Havia uma parte dela que queria recuar — lembrar do passado, das feridas —, mas outra, mais forte, implorava para que ela simplesmente não o impedisse.
Sustentando o olhar dele, ela tomou coragem e perguntou:
— Então, por que não faz isso?
A pergunta o