— Qual é, Henri, quer mesmo fazer uma tempestade por conta de um copo d'água? — provocou Tom, tentando soar despreocupado.
A fala foi a gota d'água. Henri fechou o punho com força, sentindo o sangue fervendo nas veias.
— Um copo d'água? — repetiu, deixando a voz tomada pela raiva. — Você acha mesmo que o que fez foi pouco?
Do outro lado da linha, o silêncio de Tom durou apenas um segundo antes que Henri continuasse, sem medir as palavras:
— Devia estar agradecido por eu não ter quebrado a sua cara ontem, está me ouvindo?
— Olha, calma — Tom tentou intervir, mais tenso agora. — Eu entendi que você e aquela garota tiveram algo no passado, mas não pode querer jogar fora tudo o que investimos juntos por conta de uma coisinha qualquer.
Henri cerrou os dentes, sentindo o peito arder.
— Coisinha qualquer? — Repetiu com desprezo. — Você está falando da mulher que eu amo, Tom. E ela é a mesma mulher que você tentou humilhar.
O silêncio do outro lado foi imediato, pesado, constrangedor.
— Você