Já era noite, e o silêncio do hospital pesava sobre todos. As luzes frias refletiam o cansaço e a apreensão de horas intermináveis de espera. Andrea havia acabado de voltar da sala onde Catarina permanecia em coma e agora se sentava em silêncio ao lado de Oliver e Aurora. O som distante dos passos nos corredores era o único que quebrava a quietude.
Sentado mais afastado, Henri passava as mãos pelos cabelos em um gesto nervoso. Seu olhar perdido denunciava a culpa que o corroía. Após alguns segundos de hesitação, levantou-se e se aproximou de Andrea.
— Eu também queria vê-la — disse com a voz rouca. — Por favor, só quero olhar para ela um instante.
Andrea levantou o olhar, confusa, sem saber o que responder, quando Damião apareceu no final do corredor, vindo na direção deles. Seu semblante estava sombrio, mas havia algo diferente, um ar cansado, quebrado, como se tivesse envelhecido anos nas últimas horas.
— Não acho que seja uma boa ideia — respondeu ele, interrompendo o pedido de Hen