Antes de entrar em seu carro, Henri parou por um instante. O vento forte soprou contra seu rosto, fazendo-o fechar os olhos por alguns segundos. Quando os abriu, seu olhar foi atraído para o outro lado da avenida, exatamente o ponto onde tudo havia acontecido.
A lembrança veio como um soco. O carro, o grito, o impacto. O tempo parecia ter parado naquele momento, e agora, diante da mesma cena, ele sentia como se a dor voltasse a pulsar dentro dele.
A avenida estava quase deserta, apenas alguns carros passavam ao longe. Movido por um impulso, atravessou a rua devagar, até chegar ao local exato do acidente.
Ao se aproximar, seus olhos encontraram o que restava da tragédia: uma mancha escura no asfalto, vestígio do sangue de Catarina. Ele se abaixou, tocando de leve o chão frio, e sentiu o coração apertar.
— Eu causei isso… — murmurou, ainda sem acreditar em como as coisas aconteceram.
O som do trânsito distante se misturava ao de sua respiração irregular. Ele ficou ali por um tempo, imóv