[Três semanas depois]
Na fazenda São Caetano, o silêncio pesava como uma nuvem espessa. Desde o trágico acontecimento no dia do casamento de Henri, nada mais voltou ao normal. Os corredores, antes cheios de vozes e risadas, agora pareciam vazios, tomados por um peso que ninguém ousava mencionar.
Mesmo após inúmeros pedidos de Oliver, Henri se recusava a voltar para casa. Preferiu o isolamento na casa da vila, o mesmo lugar que Catarina havia arrumado com tanto cuidado. Lá, ele passava os dias sem falar com ninguém, mal comia e dormia pouco. Às vezes, ficava horas olhando para o nada, com os olhos vermelhos e o semblante de quem carregava um fardo pesado demais para um só homem.
Aurora tentava compreender o filho, mas também sofria com o distanciamento.
— Ele precisa de tempo — dizia Oliver, embora, no fundo, temesse que Henri jamais voltasse a ser o mesmo.
— Confesso que jamais imaginei que ele ficaria assim — disse Aurora, com a voz baixa e cansada, enquanto Oliver a ajudava a ajeita