Alguns meses atrás.
Quando viu Eloá sair do galpão, Henri sentiu um desconforto imediato. O jeito apressado com que ela caminhava, as palavras ditas com cautela e aquele ar de mistério acenderam um alerta dentro dele.
— Isso não está certo… — murmurou para si, já imaginando na mente cenários que preferia não considerar.
Virou-se e continuou ajustando a cela do cavalo, decidido a dar uma volta pela fazenda. Mas, em vez de ir sozinho, queria companhia e sabia exatamente de quem. Enquanto esperava por Gael, sentou-se num dos bancos de madeira próximos, tentando costurar mentalmente tudo o que Eloá havia dito não só naquele dia, mas em todas as conversas que já tiveram. Algo não fechava.
Alguns minutos depois, Gael apareceu. Estava recém-saído do banho, cabelos ainda úmidos e uma expressão tensa no rosto.
— Ainda aqui? — perguntou, surpreso.
— Estava esperando por você — respondeu Henri, erguendo o olhar.
— E para quê?
— Quero dar uma volta.
— É melhor não. Acabei de chegar da plantação e