Quando saiu do prédio, sem sequer ter paciência para esperar o elevador, Eloá optou pela escada. Cada degrau parecia um golpe seco, abafado, como se o som ecoasse apenas dentro dela. Não queria correr o risco de Gael a acompanhar e despejar mais palavras que a deixassem ainda mais confusa, perdida… despedaçada.
Vestiu o vestido às pressas, mal-ajeitado no corpo e não tinha condições de ir para muito longe, pois não havia levado nem o celular, nem a bolsa. Estava ali, no meio da calçada, sentindo o vento frio bater no rosto, lembrando-a de como aquele dia havia se tornado o pior de sua vida. O mundo ao redor seguia em seu ritmo: veículos passavam, vozes se perdiam, passos apressados cruzavam com os seus. Mas para ela, tudo parecia distante, como se estivesse atrás de um vidro grosso, separada de qualquer vestígio de normalidade.
Caminhou sem destino, deixando as ruas decidirem o trajeto. Seus pés se moviam, mas a mente estava presa naquele apartamento, naquele momento em que tudo despe