Filhinha de papai

Na mesa do café da manhã, todos comiam em silêncio… quer dizer, quase todos. Elisa lançava olhares nada animados ao pai, enquanto murmurava entre uma garfada e outra:

— Eu não sei por que o senhor pega tanto no meu pé se nunca dei motivo.

— Sou apenas um pai cuidadoso — respondeu Saulo, servindo panquecas numa travessa como se aquilo encerrasse a discussão.

— Isso não parece proteção, parece cárcere privado.

— Filha, olha como fala com seu pai! — Denise interveio, com o tom reprovador.

— Eu só não entendo o motivo — continuou Elisa, sem se dar por vencida. — Antes de Noah e eu namorarmos, o papai deixava a gente sair juntos para qualquer lugar.

— Isso porque vocês não namoravam — explicou Saulo, sentando-se. — Sabia que nunca fariam nada… sempre foram tímidos demais para até segurar na mão um do outro.

— E nada mudou depois que começamos a namorar! — rebateu.

— Pare de questionar, Elisa. Você precisa entender que para tudo tem seu tempo. Se não iam fazer nada além de tomar café da man
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