Depois que terminaram o café, Gael insistiu em acompanhá-la até a frente do dormitório. O caminho foi curto, mas silencioso, como se ambos estivessem presos nas próprias dúvidas. Quando pararam em frente à entrada, ele a puxou para um abraço demorado, apertado, como se quisesse gravar aquele instante na memória.
Antes de soltá-la, inclinou-se até seu ouvido e sussurrou:
— Tente pensar em mim com carinho… só isso já me basta.
Ela apenas assentiu, com o coração apertado, e se afastou sem olhar para trás. Seus passos pareciam pesar mais do que conseguia carregar.
Ao entrar no quarto, encontrou Tess ainda dormindo. Em silêncio, pegou uma muda de roupa e foi direto para o banheiro. Assim que girou a tranca, suas pernas fraquejaram, mas ela se manteve firme. Ligou o chuveiro e deixou que a água quente caísse sobre seu corpo, tentando lavar o que havia dentro dela; não a pele, mas a confusão, a culpa, o arrependimento.
Fechou os olhos e tudo voltou como um filme, então sentiu o peito apertar.