Alexandra
Acordei no sofá, o pescoço dolorido, a camisa de Sean ainda colada à minha pele. O gosto amargo na boca não vinha só do sanduíche barato da madrugada; era o gosto de medo, de ódio, de tristeza. A noite anterior tinha sido um inferno, um lembrete cruel de que, por mais que me esforçasse, eu nunca tinha sido a senhora do meu próprio jogo.
Mas hoje… hoje eu mudaria as regras.
Eu sou Alexandra Méndez Jones.
E, neste tabuleiro, eu sou a rainha.
No banheiro, deixei a água quente me purificar. A maquiagem virou minha máscara. O vestido preto — social, elegante, com uma fenda que desafiava — era minha armadura. Nos pés, o scarpin vermelho, como uma ferida aberta. Eu não me vesti para Sean. Eu me vesti para mim.
No escritório, todos pararam. Os olhares se ergueram, carregados de tensão. Eu os ignorei. A postura ereta, a respiração firme, o café quente na mão. Eu não precisava de aprovação.
E então ele entrou. Terno preto, gravata preta, cabelo arrumado com perfeição. O predador em su