18h35 – Praia Brava sentido Fazenda, Itajaí
O motor do Aston Martin rugia na Av. Beira-Rio, engolindo o vento, abafando o eco das últimas palavras de Alexandra. Sean apertava o volante como se pudesse esmagar a raiva e o vazio dentro dele. O céu, cinza de tempestade, refletia a escuridão que voltava a habitar seu peito. A cada quilômetro, sentia-se deslizar para trás no tempo — para o homem frio, o predador de antes. O monstro estava em casa.
Praia Brava, mesma hora
Alexandra mergulhava no silêncio da banheira. A água morna era um consolo inútil contra o gelo em sua alma. Uma taça de vinho repousava esquecida na borda. As lágrimas que ela segurara por meses deslizavam agora sem resistência, misturando-se à água. A lembrança da briga, o olhar de Sean, a própria arrogância — tudo se repetia como uma tortura. Ao se levantar, a toalha escorrendo pelo corpo, sentiu-se nua de si mesma.
18h45 – Av. Beira-Rio, Fazenda
Sean parou diante do prédio antigo. O porteiro falou algo, mas ele nem resp