LARA
Quando entramos na casa, Dorian pede que eu fique na sala. David já está lá, sentado com o laptop aberto sobre a mesa de centro. Ao lado dele, o celular da minha mãe.
Meu estômago revira.
— Encontrei algumas coisas — ele diz, direto, sem rodeios. — As conversas foram apagadas do histórico principal. Mas o backup estava automático no e-mail dela. Levei um tempo para acessar, mas... consegui.
Assinto. Me sento. Minhas mãos estão frias, e nem o toque de Dorian no meu ombro é capaz de aquecê-las. Meu peito se aperta por ter invadido a intimidade da minha mãe dessa forma, mas não sei mais o que fazer. E se a resposta que pode fazê-la acordar está aí?
— Não quero que esconda nada — digo, antes que ele continue.
— Eu não esconderia — ele responde, com a firmeza de quem sabe que a verdade, por mais dolorosa que seja, ainda é melhor que a ilusão.
A tela se ilumina. David se afasta um pouco para que eu veja. A primeira mensagem está datada de pouco mais de um mês atrás.
Oi, Natália. Não se