LARA
O beijo ainda está acontecendo quando sinto as mãos dele irem até a barra da minha calça. Ele não pergunta. Não hesita. Só age. Como se o corpo dele já tivesse tomado a decisão que a mente antes relutava.
E eu deixo.
Minhas mãos continuam nos ombros dele, depois descem, puxam a camisa que ainda resta, arranham sua pele como se isso fosse suficiente para marcar tudo o que ele me causou. Mas não é.
Ele desabotoa. Sobe o tecido com os dedos e depois com a pressa. E eu levanto o quadril, ajudando. Sem palavras. Sem pensar. Só sentindo.
O ar está pesado. Carregado de tudo o que sempre evitamos.
Quando ele me penetra com um só movimento, a respiração me foge do peito. A mesa treme. O mundo inteiro treme. Ele é imenso.
O impacto é total.
Ele não diz nada. Apenas me olha e eu me perco.
Porque há uma verdade crua naquele olhar. Uma entrega que vai além da pele. Vai além do corpo. Ele está me dizendo algo com o olhar que jamais teria coragem de escrever no papel.
As mãos dele se firmam nas