SEBASTIAN
Passo a noite entre idas e vindas ao quarto de Enrico, revezando com Isadora para que ela possa descansar um pouco. Não é fácil — o choro dele às vezes corta como navalha, a ansiedade de entender o que precisa, o medo de errar. Mas quando finalmente consigo acalmá-lo, quando sinto aquele corpinho pequeno repousar contra meu peito e os olhinhos pesados se fecharem, algo dentro de mim se transforma.
É como se um laço invisível tivesse se firmado ali. Uma ligação que não pede esforço, apenas existe. Forte. Imutável. Enrico é meu filho. Isso me atravessa como um raio e, ao mesmo tempo, me conforta. É estranho pensar que, para mim, esse processo não foi de meses ou anos… foi da noite para o dia. Não houve tempo de adaptação. Foi tudo imediato. E eu precisei, aos poucos, digerir, me familiarizar, aceitar.
Coloco Enrico no berço com cuidado. A babá entra em silêncio e acena para mim. Eu devolvo o gesto e saio, fechando a porta devagar.
No nosso quarto, encontro Isadora ador