Sebastian
Eu podia sentir o cheiro da umidade e da madeira velha daquela vila perdida. O tipo de lugar onde o tempo parece parado, onde cada ruído ecoa mais do que deveria. O sol começava a se esconder por trás das árvores altas, deixando um rastro alaranjado sobre as telhas quebradas das casas. Meus homens estavam espalhados, discretos, mas atentos. Danilo, ao meu lado, mantinha o olhar fixo na casa onde Bernard estava— uma construção simples, com uma varanda de madeira gasta e uma porta que rangia ao menor toque do vento. Um homem como ele, a gente esperava que estivesse num casarão, mas talvez, por querer estar perto da fronteira, precisava de um lugar discreto onde não chamasse atenção.
Eu tamborilava os dedos na perna, impaciente. Já fazia quase duas horas que estávamos ali. Nenhum sinal. Nem sombra. Meu estômago já formava um nó de tanto esperar. A tensão parecia um fio prestes a se partir.
— Ele deve saber que estamos aqui — murmurou Bart, do rádio. — Tá sentindo o c