Sebastian
Eu não dormi direito. A cabeça latejava, o corpo parecia pedir pausa, mas o cérebro não desligava. Uma parte de mim estava exausta, e a outra, elétrica, pronta pra agir. Era estranho como o silêncio das últimas horas em São Paulo trazia um tipo de paz que mais parecia o respiro antes do caos.
As coisas estavam calmas demais. E, em histórias como a minha, calma nunca era sinônimo de segurança.
Bernard tinha sido localizado. Outro estado. Longe, mas não longe o suficiente. Danilo conseguiu rastrear os últimos movimentos dele com a ajuda de um contato da inteligência. E, sinceramente, se não fosse por ele, a polícia ainda estaria rodando em círculos, fingindo não saber o que qualquer um com dois neurônios e coragem mínima já teria notado: Bernard não estava escondido por acaso, estava protegido.
A influência dele por aqui não era pequena. Políticos, empresários, autoridades, todos com a mesma expressão de quem devia favores que nunca poderiam ser pagos.
Dinheiro compr