A manhã seguinte nasceu quente, com o cheiro salgado do mar invadindo cada canto da vila. Eu encontrei Carlota na rua, que, como sempre, tinha um sorriso largo e mil fofocas para contar. Conversamos rapidamente e, como se fosse a coisa mais natural do mundo, ela perguntou se eu veria o Vini de novo. Respondi que sim, que tínhamos combinado de dar uma volta pela praia.
Pouco depois, lá estava ele, esperando encostado no carro, com um jeito relaxado que parecia ter herdado das viagens que tanto falava. Saímos caminhando pela faixa de areia, aproveitando para explorar cantos novos que não existiam quando eu ainda morava ali. Pequenos quiosques de madeira, restaurantes improvisados com redes coloridas nas varandas e um deque recém-construído que avançava sobre o mar, criando uma vista de cartão-postal.
Durante boa parte do caminho, o som das ondas e o grito das gaivotas foram a trilha da nossa caminhada silenciosa. Vini, perceptivo como sempre, acabou quebrando o silêncio:
— Você es