Sebastian
Isadora adormece no meu braço. Fico aliviado que ela tenha conseguido finalmente se entregar ao sono, sem medo. Estou preocupado a insônia dela. Ela tem reclamado de pesadelos, acorda pensando que ainda está presa na mata, ou no rio em que ela diz que atravessou para fugir dos sequestradores. Só de imaginar tudo o que ela enfrentou para se salvar, sinto uma amargura enorme.
Tiro o meu braço debaixo da cabeça dela, bem devagar. Ela se remexe e vira para o lado, mas não acorda. Saio da cama, tentando fazer o menor ruído possível e saio do quarto. Respiro fundo e caminho pelo corredor com passos leves o suficiente para não fazer barulho.
Preciso ler o relatório que Danilo deixou no meu escritório da empresa. Eu estava em reunião, e não pôde falar com ele. Só soube do relatório quando ele me ligou dizendo que tinha deixado na minha mesa.
Puxo o envelope da maleta e abro com cuidado. O escritório está em meia penumbra, só a luz amarelada do abajur ilumina o tampo da m