Sebastian

Passo um tempo depois que Danilo vai embora apenas encarando o vazio do apartamento. As fotos e os artigos continuam espalhados pela mesa de centro, como peças de um quebra-cabeça que se recusa a se montar. Minha mente está barulhenta, cheia de perguntas que não têm resposta, e ainda assim, o silêncio ao redor me parece ensurdecedor.

Pego o celular e, sem pensar muito, escrevo uma mensagem rápida para Isadora:

Vou passar a noite no apartamento. Boa noite e não se preocupe.

Não sei por que coloco esse “não se preocupe”. Sei que ela não se preocuparia. Talvez até sinta alívio por não me ter em casa. Ainda assim, aperto enviar. Espero um “ok”, um emoji, qualquer coisa que sinalize que ela leu. Nada. A tela permanece fria e indiferente.

Respiro fundo e volto a olhar para a foto. Louis Beaumont. O homem que carrega meu rosto, e que talvez tenha se tornado a obsessão de uma mulher quebrada. É impossível não compreender a loucura de Eveline. Se eu acreditasse que a mulhe