Isadora
A casa está silenciosa, tão silenciosa que chego a ouvir o tique-taque insistente do relógio na sala de estar, misturado ao zumbido suave da geladeira na cozinha. Já é tarde da noite, e Sebastian ainda não voltou. A cada minuto que passa, o peso da ausência dele cresce dentro de mim, tomando o ar, os pensamentos, tudo.
Já liguei para o celular mais vezes do que gostaria de admitir, mas ele não atende. A chamada cai na caixa postal, e minha ansiedade só aumenta. Verifico a localização mais uma vez, os olhos grudados na tela do celular como se a qualquer instante o pontinho pudesse se mover, me dar uma resposta, uma direção. Mas não. Continua no mesmo lugar. Perto do escritório de Eduardo.
Fecho os olhos, tentando raciocinar. O que ele faz ali? Por que não me diz nada? Por que me trata como se eu fosse alguém a quem não deve explicações? Quanto mais penso, mais perguntas surgem, e nenhuma delas traz consolo. Pelo contrário, todas me deixam ainda mais confusa e magoada.