O quarto estava mergulhado em meia-luz, a respiração de Sebastian se misturava à minha, e os beijos entre nós já não conheciam mais pausa — não eram mais súplicas contidas, eram declarações silenciosas de algo que nem um de nós sabia o que significava.
Nos despimos entre carícias, mãos deslizando como se reconhecessem a geografia de um corpo já tocado antes. Não houve pressa, mas também não houve hesitação. Apenas entrega. Um abandono quase sereno da razão. Era como se tudo o que nos contivemos em sentir tivesse sido libertado, e agora, nossas peles falavam uma língua que só nós compreendíamos.
A intensidade era quase absurda — não pela urgência do toque, mas pela doçura escondida nele. Sebastian não me tocava apenas com desejo, mas com uma reverência silenciosa, como se meu corpo merecesse cuidado, como se meus silêncios merecessem escuta. E eu me deixei ir, por inteiro. Sem reservas. Pela primeira vez em muito tempo, não pensei se era certo ou prudente, se haveria consequência