Sebastian
Bart está sentado no sofá da sala do hospital, o corpo jogado pra trás, os cotovelos apoiados nos joelhos e o olhar perdido em algum ponto do chão. Eu fico de pé, encostado na parede, com os braços cruzados e a cabeça latejando. Ainda sinto o cheiro de desinfetante no ar, e o bip constante dos monitores dos outros quartos parece ecoar dentro da minha cabeça.
— Você acha que o Kaisen sobreviveu? — pergunto, sem conseguir conter o peso na voz.
Bart demora alguns segundos pra responder. Respira fundo, esfrega o rosto com as mãos e solta um suspiro arrastado.
— Difícil dizer, chefe. — Ele ergue o olhar pra mim, sério, mas calmo. — Mas o Kaisen era bom. Muito bom. Treinado, esperto, rápido. Se alguém podia sair vivo daquilo, era ele.
Assinto lentamente, tentando acreditar. Mas a imagem de Isadora chorando, dizendo que ele ficou pra trás, ainda me rasga por dentro.
— Isadora tá destruída. Se sente culpada, acha que foi a escolha dela que o colocou em risco.
Bart ba