Dorian olhou pela enésima vez para o relógio. O ponteiro parecia se arrastar, zombando de sua ansiedade.
Um incômodo que ele raramente sentia começou a pesar sobre o peito.
A ideia de que talvez ela não viesse o fazia reconsiderar, pela primeira vez em semanas, a própria escolha de ter esperado tanto por aquele encontro.
Respirou fundo, passou a mão pelo cabelo com um gesto controlado, quase militar, e decidiu que precisava fazer algo para aliviar a tensão.
Seus passos, firmes porém contidos, o levaram até o bar do salão.
Sentou-se no banco de couro macio, apoiou os antebraços no balcão polido e chamou a atenção do bartender com um leve aceno de cabeça.
— O que vai beber, senhor? — perguntou o homem atrás do balcão, com a postura impecável de quem já tinha servido inúmeros clientes exigentes.
— Um Negroni — respondeu Dorian, sem pensar muito, a voz grave saindo num tom baixo que mal foi ouvido sobre a música ambiente.
Assim que pronunciou aquelas palavras, algo dentro dele pa