Dorian ergueu os olhos lentamente, como se fosse um esforço arrancado de dentro dele.
O olhar, carregado e sombrio, encontrou o dela, e Francine sentiu o corpo inteiro arrepiar.
— Dorian… — sua voz saiu frágil, quase um sussurro, mas cheia de urgência. — Eu preciso conversar com você.
Ele fechou o maxilar, a respiração pesada.
— Não tenho nada pra falar com você, Francine. Vai embora.
Ela deu um passo hesitante.
— Eu sei o que você viu… mas você entendeu errado. E eu preciso te explicar.
Num movimento brusco, Dorian se levantou, o banco rangendo atrás dele. O grito veio como um trovão.
— Eu não quero explicações!
O corpo dele avançou na direção dela, predatório, como um leão encurralando a presa.
Francine recuou instintivamente, mas ele não a tocou. Não precisava. A fúria transbordava em cada músculo, em cada linha do rosto contraído.
— Eu te falei, Francine! — a voz dele ecoou no terraço. — Ontem! Não foi há um mês, nem há um ano… foi ontem! E você já se esqueceu?
Ela ficou paralis