ARTHUR CASTELLANI
Maitê me olhou uma última vez antes de entrar no carro . Seus olhos diziam tudo – medo , culpa , gratidão. E algo mais.
A promessa de uma aliança.
Esperei o carro sumir na curva da rampa antes de voltar para o interior do triplex. O som da festa parecia mais abafado agora. Como se o último ato já tivesse sido encenado – e só restasse o confronto.
Mas antes ...havia um detalhe técnico a resolver.
Tomei o elevador de serviço até o mezanino , onde ficava o painel de segurança interno. Jonas , o funcionário encarregado das câmeras , estava monitorando as telas em tempo real.
Quando me viu entrar , se levantou na hora.
-Senhor Castellani.
-Você tem acesso às gravações do quarto 5?
-Sim , senhor. Todos os registros do sistema estão sendo salvos na nuvem da Império.
-Apague. Agora.
-Perdão? - Ele hesitou
-Jonas – falei firme – Delete todas as imagens do quarto 5 nas últimas duas horas e da garagem inferior . E reinicie os backups. Se alguém perguntar , foi falha