ARTHUR CASTELLANI
O vapor do café recém-passado subia em espirais lentas enquanto eu encarava a caneca esquecida na mão. Estava em casa, mas não me sentia ali. Tudo parecia uma encenação. A madeira do piso impecável, o mármore frio das bancadas, até mesmo a voz da assistente virtual que me lembrava da próxima reunião. Um império silencioso. Um império que podia desmoronar a qualquer momento — e talvez por culpa minha.
Ou por algo muito mais íntimo.
Soltei um suspiro longo. A pasta azul do dossiê estava sobre a mesa, fechada. Mas o código... o maldito código ainda pulsava na minha mente. VX13-MN1-Ω. Era mais que uma assinatura. Era um chamado. Um sinal de que o jogo não era mais só corporativo — era pessoal. Interno. Familiar. Uma serpente rastejando pelas veias da Império.
E no centro de tudo isso... estava ela.
Maitê.
Havia dias que eu não voltava a vê-la , desde da última noite em que a tomei para mim somente para marcar território já que estava doente de ciúmes . E pela primeira ve