ARTHUR CASTELLANI
O silêncio da madrugada foi quebrado apenas pelo eco dos meus passos enquanto atravessava o corredor em direção ao meu escritório particular. Maitê dormia, exausta, depois da tempestade de palavras, raiva, desejo e aquele maldito nome: Caio Duarte.
Abri a pasta com os relatórios de recursos humanos da Império e busquei pelo arquivo que continha a ficha do consultor financeiro. Lá estava ele: 34 anos, MBA em Chicago, contratado por indicação do comitê de risco, excelente desempenho em todas as auditorias... e agora, aparentemente, interessado na mulher errada.
Meu maxilar travou. Não era apenas ciúmes. Era algo mais profundo. Uma irritação primitiva com a ideia de outro homem desejando aquilo que eu lutava para manter em segredo, protegido, perto. Maitê.
Abri o sistema de comunicação interna e digitei o nome de Jairo , meu braço direito de confiança dentro da Império. O único que não fazia perguntas desnecessárias.
"Preciso de um dossiê completo sobre Caio Duarte. Tud