David me apertava e eu fazia o mesmo, queria me fundir a ele, amenizar a dor que latejava tudo, sugar dele dissipando do seu coração a ferida da perda, a angústia conhecida por Enzo, desejava carregar tudo como um castigo. Sim, perdemos nossa sementinha que regeríamos todos os dias com carícias de amor, sonhando com seu rostinho, com seu chorinho, sonhando nervosos com os pais que queríamos ser.
— Desculpe, meu amor — ele clamou com a voz abafada no meu ouvido, seu rosto úmido amaciando minha pele por sob o tecido fino. — Perdão, eu falhei, eu…
Ele se culpava, sangrando o meu coração ainda mais.
— Não, David, não…
— Eu devia ter protegido você — lamuriou afundando meu pescoço, se desmanchado em lágrimas.
Era muito para mim.Amparei seu rosto com as mãos e mergulhei na sua alma.