— Eu sabia que você ia voltar, David.
Enzo esticou os pequenos lábios num sorriso que ia além da minha compreensão. Engoli ainda na entrada tudo que num certo momento me impediu de ultrapassar aquela soleira e fui em linha reta ao encontro dele.
— Voltei porque precisamos conversar — disse e desviei para Eduarda que fitava meus olhos com ar de reprovação.
— Eu sei, papo de homem, né?
Deixei escapar uma risada, impressionado, ele não tinha só seis anos. E eu estava nervoso pra caralho.
— David, o que está fazendo? — A mãe tomou a frente, feição avermelhada como se todo o seu sangue tivesse parado na sua cabeça.
— Mamãe, ele voltou, eu não disse.
— Filho, preciso de minuto com o David. — Ela lançou um olhar que provavelmente me mataria se pudesse. — David, por favor, você pode me acompanhar?
Concordei com ela, que inclusive já estava na porta.
— Enzo, é só um instante e já voltamos, tudo bem?
Ele balançou a cabeça dizendo sim e a recostou no travesseiro, olhos castanhos em expectativa s