Apesar de terem me classificado como ômega, meus olhos quando nasci não mostraram o vislumbre dos olhos do meu lobo e fui classificada apenas pelo meu cheiro de ômega.
A primeira vez que me transformei aos quatorze anos, me transformei em um lobo totalmente branco de olhos lilases, minha mãe que estava ao meu lado, assim que viu como era minha loba, disse para eu nunca me transformar ou mostrar minha loba á ninguém, ela disse que eu era diferente e os outros lobos tentariam me matar se me vissem, depois dessa orientação assustadora da parte dela, nunca me transformei na frente de ninguém, nem mesmo meu pai ou meu irmão Lyall viram meu lobo, ambos são lobos betas e eu e minha mãe somos lobos ômegas, ambas temos uma característica incomum, quando nos machucamos nossa cura é mais acelerada que a de um alfa, ou seja, nos curamos muito rápido, os ômegas que conheço tem a cura lenta só é mais rápida do que um humano, minha mãe nunca me mostrou seu lobo, o que me fez pensar após sua morte que ela devia ter o lobo igual ao meu.
Chand estava particularmente quieto essa manhã, enquanto andávamos para o portão principal da universidade, notei que ele estava de cabeça baixa, bati meu ombro no dele e falei:
“Ei! O que aconteceu?”.
Ele parecia pensar no que responder e com a cabeça ainda baixa, me disse: “Sabe que nada vai mudar, né? Mesmo que aqui seja a universidade e não o colégio, antes de sair hoje para vir para a aula me arrependi de não ter seguido a sua ideia de tentarmos nosso curso em outro lugar, mesmo aqui sendo um dos melhores cursos de moda, sei que vamos ter dificuldades para conseguirmos nos destacar”.
Respondi: “Sim, eu sei! Mas Chand, tem como ser pior do que era?”.
Chand explodiu em risadas e sem fôlego, falou: “Não subestime nossos infortúnios, o que é ruim sempre pode piorar”.
Assenti com a cabeça e como se tivéssemos praguejado, surge bem na nossa frente, a insuportável Hala Lorrant e suas quatro nauseantes seguidoras, que para nosso azar estão no mesmo curso e teremos o desprazer de ter que suportá-las com todas as suas zombarias e desprezos, como se quando falamos em voz alta sobre nosso destino cruel, aí estava um dos grupinhos que nos humilhavam sem parar, Hala já soltando seu veneno às sete horas da manhã:
“Vejo que os dois miseráveis conseguiram algum tipo de bolsa gratuita para estudarem aqui, o que foi? Estão fazendo faxina para conseguirem pagar os estudos? Acordaram que horas para limpar toda a universidade?”.
Ela e suas amigas começaram a gargalhar, eu e o Chand só passamos por elas sem responder, já sabíamos que perderíamos e provavelmente a culpa seria nossa, sempre sobra para os mais fracos, sendo Hala Lorrant filha e uma das herdeiras do grupo Lorrant, ela tinha passe livre para nos ofender sem nunca sofrer consequências.
Apressei os passos ao lado de Chand e entramos na sala da nossa primeira aula de processo criativo, sentamos no fundo da sala, tentando com todas as nossas forças nos tornarmos invisíveis, mas claro que isso não durou nem cinco minutos, assim que outro grupo de garotas “anencéfalas” sob o comando de Ashina Moonroe, (sim, uma das herdeiras do poderoso grupo Moonroe) entraram na sala e nos viram, não tivemos nem tempo de inspirarmos ar para dentro de nossos pulmões para conseguirmos suportar as idiotas, já escutamos:
“Sério que esses dois imundos conseguiram entrar para essa universidade, pensei que ia me livrar do mau cheiro desses dois ratos-de-esgoto”.
Baixei a cabeça e Chand sussurrou em meu ouvido: “Será que se fossemos ratos de laboratório seríamos mais respeitados?”.
A única coisa que me restou foi rir do comentário dele e permanecer quieta no meu lugar, Ashina se virou e graças a Deusa se sentou bem nos assentos da frente da sala, longe de nós, Chand continuou:
“Agora que ela está longe, não sente nosso aroma, a princesa Moonroe se pudesse colocaria nós dois em gaiolas com aquelas rodas para os ratos se exercitarem e passaria o dia todo nos observando, percebeu quanto ela repara em nós dois, tenho certeza de que ela tem inveja da nossa .......... !!!”. Levantei as sobrancelhas aguardando o que ele falaria, e ele ficou em silêncio, ele nunca acharia algo para ela nos invejar.
Pode parecer um pensamento derrotista achar que não há nada para nos invejarem, mas todos os membros da família Moonroe, sem exceção, são: lindos, inteligentes e poderosos.Ashina apesar de ser uma pessoa detestável era deslumbrante com 1,70 de altura, cabelo loiro na altura do ombro, olhos pretos que quando te olhavam pareciam por si só uma ameaça, ela estava sempre com a aparência impecável, assim como seu irmão gêmeo Luan, que mais parecia um Deus grego do que uma pessoa, ele era lindo de morrer com 1,87 de altura, seus cabelos eram negros que brilhavam quando o sol batia, seus olhos verdes hipnotizantes e seu rosto era dono de feições delicadas, mas ao mesmo tempo muito masculinas, ele era reservado e respeitoso com todos, uma característica que se destacava se comparado com sua irmã gêmea arrogante, eu e Chand ficávamos em transe quando o víamos no colégio, ele iniciou o curso de Negócios nessa mesma universidade, apesar de aulas diferentes com toda certeza encontraremos com ele
Sentados em nosso novo canto dos excluídos, parece que realmente não mudou nada, e quando acho que pelo menos Natsuki vai manter a camisa em seu corpo nesse novo ambiente, assim que acaba o jogo, não somente ele tira a camisa, mas mais quatro membros do time improvisado fazem o mesmo.Nessa hora, Chand me dá um tapa no braço e fala: “Socorro!!! Jesus me bata na cara com a tabua dos dez mandamentos, para que esse seu irmão pare de cometer o pecado da cobiça!”.Nesse momento, não consigo aguentar e caio na gargalhada que chego a ficar sem ar, foi demais para o Chand ver cinco machos esculturais sem camisa, eu o entendo do fundo do coração, mas se eu tivesse a tal da tabua dos dez mandamentos, eu mesma batia na cara dele com ela.Claro que depois que dei a risada escandalosa nosso esconderijo foi revelado e vi os seis homens encarando nós dois, e mesmo assim eu não conseguia controlar o riso, o Luan olhou para mim sem entender o que era engraçado, sai do canto pedindo desculpas e explica
Chand passa a primeira aula me encarando querendo saber por que o príncipe Moonroe, que é como ele se refere ao Luan, estava cheio de cuidados comigo.Nunca contei ao Chand que quando minha mãe foi para a Matilha Lunação fazer o tratamento de câncer ela me deixou na casa da matilha aos cuidados da Sra. Amaris Moonroe, meu irmão já morava lá e a Sra. Amaris por incrível que pareça era amiga da minha mãe, eu estava com dezesseis anos e meus pais ficaram preocupados em me deixar sozinha em casa.A Sra. Amaris insistiu que eu ficasse lá, o Luan e a Ayla eram quem conversavam comigo, às vezes fazíamos os deveres de casa ou estudávamos juntos. Consegui ficar apenas alguns dias lá, porque a Ashina começou a me perturbar tanto que não me sentia bem em ficar morando com eles.Pedi para a Sra. Amaris me deixar voltar para minha casa, ela fazia o Luan me levar algumas refeições e pediu para ligar para ela ou para o Luan caso eu precisasse de algo, meu irmão comprava mantimentos e eu mesma fazia
* POV de Luan *Sempre que vejo a Kathryn, sinto uma vontade avassaladora de abraçá-la, se me perguntassem o porquê, diria que é porque tenho sentimentos profundos por ela, mas não é só sentimentos de amor e paixão, é como se algo mais forte me fizesse querer protegê-la de tudo, ela desperta em mim sentimentos que não consigo entender e isso não parece tão simples em só dizer que estou apaixonado por ela, mesmo sendo essa a verdade inegável, eu sou apaixonado por ela desde os meus quatorze anos, quando a vi no colégio pela primeira vez não conseguia desviar meus olhos dela, e não é só porque ela é linda, tudo nela me deixava em profunda admiração, a voz dela é doce, ela sempre era gentil e amigável com todos, mas o sorriso dela, nossa, o sorriso dela é algo indescritível e me deixa sempre em êxtase.Sempre que estou perto dela sinto seu leve cheiro de morango e chocolate, antes pensava que ela usava um perfume com esse aroma, mas descobri que ela não usa perfume nenhum, claro eu disfa
Quando tínhamos dezesseis anos, a tia Selene teve que partir para a matilha Lunação para fazer tratamento contra o câncer, pedi para a Ayla falar com a nossa mãe para a Kathryn ficar conosco, não conseguia parar de pensar em como ela estava se sentindo triste e desamparada com toda essa situação, não queria que ela ficasse sozinha na casa dela.Minha mãe pediu para tia Selene deixá-la conosco durante o tratamento, que ela estaria bem alimentada e ela dormiria no quarto da Ayla para ela não ficar se sentindo sozinha. Tia Selene concordou e trouxe a Kathryn para a casa da matilha antes de partir.Nunca vou esquecer a dor nos olhos da Kathryn quando ela viu o carro de seus pais partindo, era uma angústia palpável, queria abraçá-la com força e tirar toda a dor dela. Ela ficou pouco mais de uma semana em nossa casa, consegui me aproximar dela aos poucos. Sempre chamava a Ayla e ela para estudarmos juntos na biblioteca e sentava o mais próximo que podia dela. Sentia como se eu estivesse no
Voltamos com as compras, ajudei a descarregar e levar para dentro da casa, foi a primeira vez que entrei na casa da Kathryn, a casa era realmente encantadora e muito bem decorada, a sala de estar tinha uma lareira grande com a televisão fixada nela, um sofá cinza grande, era conceito aberto, olhando de frente víamos a ilha e a cozinha, atrás da cozinha portas francesas que levavam ao quintal e a direita uma escada que levava ao segundo piso.Guardamos as compramos nos armários e na geladeira, consegui conhecer os gostos dela enquanto comprávamos os mantimentos.Olhei ao redor, mas a Katryn não estava em lugar nenhum, assim que acomodamos todas as compras, Lyall me chamou: “Venha conhecer o segundo andar”. Subi atrás dele e ele foi me explicando: “Aquele primeiro quarto é o meu, mas já quase não fico aqui, esse de frente as escadas são dos meus pais”, ele seguiu pelo corredor e disse “Esse é o quarto daquela coisinha chata” se referindo a Kathryn, ele abriu a porta, mas ela não estava
Depois de algumas semanas a tia Selene faleceu, minha família toda foi ao funeral, quando vi o estado da Kathryn não consegui conter as lagrimas, ela estava pálida, com o rosto encharcado de lagrimas olhando para o caixão de sua mãe sem emitir nenhum som, seu olhar estava tão perdido como se tivessem roubado sua alma, não consegui suportar ver o sofrimento dela, a abracei tão profundamente, afundando a cabeça dela no meu peito, passei o outro braço segurando toda a extensão de suas costas com força e disse: “Kathryn, eu sinto muito, eu sinto muito mesmo”.Ela levantou a cabeça do meu peito, me olhou com tanta dor em meio a lágrimas e me disse: “Tudo que me restou da minha mãe agora são nossas lembranças, nós tínhamos tantos planos e muitas coisas que combinamos de fazer e agora acabou, eu nunca mais vou ouvir a voz dela, nunca mais vou ouvir sua risada, nunca mais vou compartilhar meus dias com ela, nós nunca mais vamos cantar juntas e conversar sobre nossas músicas favoritas, acabou,
Assim que saí da escola naquele dia, fui até a loja, revelei todas as fotos que tiramos juntos, duplicadas, sendo uma cópia para mim e outra para a Katrhryn.No outro dia, cheguei mais cedo na escola e fiquei esperando por ela no portão de entrada, assim que ela chegou, a puxei para o canto ao lado do portão e entreguei o envelope com as fotos que tinha revelado e sem a menor vergonha na cara, falei:“Coloca pelo menos uma foto de nós dois juntos no mural do seu quarto, tá bom?”.A Kathryn me olhou sem entender e com cara de espanto, disse: “Como você sabe do mural de fotos do meu quarto?”.Dei um sorriso largo para ela e respondi: “Esqueceu que fui até sua casa com seu irmão levar os mantimentos para você? Fui com seu irmão até seu quarto para te procurar, você não estava lá, mas vi seu mural de fotos e você não tinha nenhuma foto comigo, achei injusto da sua parte, então resolvi te dar nossas fotos, se até minha irmã pode estar no seu mural, porque eu não estaria nele”.Ela assentiu