O dia estava prestes a escurecer quando Caio entrou em casa com o rosto tenso. A carta ainda estava em suas mãos, amassada nas bordas. Ele havia lido o texto sozinho na varanda por alguns minutos, tentando entender se aquilo era apenas mais uma provocação... ou algo mais profundo. Seu coração batia rápido, não apenas pela raiva evidente, mas pelo que aquelas palavras insinuavam.
Bruna estava na sala, sentada no sofá com uma xícara de chá na mão, quando o viu entrar. O semblante dele a alertou de imediato.
— O que aconteceu? — ela perguntou, sentando-se mais ereta.
Caio levantou a carta e a balançou no ar com um amargor no olhar.
— Chegou isso aqui hoje. E... eu preciso que você escute.
Ela franziu o cenho, confusa.
— O quê? É alguma cobrança?
— Não — respondeu ele, com a voz grave e contida. — É pior.
Sentou-se no braço do sofá, respirou fundo e começou a ler, palavra por palavra, o que estava escrito:
"Engraçado o quanto um casal pode parecer perfeito por fora... Sonhos de uma famíli