Ava Narrando
Eu dormi vencida pelo cansaço. Nem lembro direito a hora em que fechei os olhos, só sei que o sono veio pesado, como se o corpo e a mente não aguentassem mais o peso do dia. Quando acordei, percebi que ainda estava com o vestido da noite anterior e com os sapatos nos pés. O tecido do vestido amassado grudava na pele e os pés doíam por ter passado tantas horas dentro daquele salto. O quarto estava claro, a luz do sol entrava forte pelas janelas enormes. Esfreguei os olhos devagar, tentando entender onde eu estava por um instante. A realidade voltou como um soco no estômago.
Um som de batidas firmes na porta me fez pular da cama. O coração disparou. Respirei fundo, caminhei até a porta e a abri devagar. Quando a porta se abriu por completo, dei de cara com ele. Théo. Estava impecável como na noite passada, só que agora de terno claro, cabelo perfeitamente arrumado, expressão séria, olhar firme.
— Vamos tomar café da manhã. — ele disse, direto. — E depois, nós vamos sair.
E