Théo Narrando
A garota não parava de chorar. Ela tremia tanto que, por um instante, eu achei que fosse desmaiar ali mesmo na minha frente. O olhar dela era de puro pavor. Eu poderia ter dito algo, tentado acalmá-la, mas sinceramente? Não era problema meu. Eu cumpri o que quis. Agora ela está aqui, sob o meu teto, e isso bastava. Deixei ela no quarto que preparei especialmente pra isso, um quarto digno de uma rainha, diga-se de passagem. Se ela prefere chorar em lençóis de mil fios, problema dela. Eu dei as costas, fechei a porta e fui pro meu quarto sem olhar pra trás.
No meu quarto, tirei o paletó, joguei em cima da poltrona e fui direto pro banheiro. A água quente caiu sobre mim e eu fiquei ali, em silêncio, deixando o calor tirar o peso do dia dos meus ombros. Um dia longo, cheio de decisões, e no fim, uma compra que vai me render diversão e o que eu quiser. Quando saí do banho, nem me preocupei em pegar uma toalha. Andei nu pelo quarto, sem pressa. Meu celular já estava tocando.