Capítulo 110

Carlos tinha acabado de estacionar o carro quando viu Paula se aproximar. Fazia alguns dias que não a via, em outros tempos, o coração disparava e as mãos suavam só de ouvir a voz dela. Mas, ao vê-la se aproximando agora, em um vestido vermelho justo que marcava cada curva, Carlos não sentiu nada. Nenhum arrepio, nenhuma lembrança boa, apenas a sensação incômoda de quem percebe que o encanto já se perdeu.

— Olá, Carlos. — disse Paula, com um sorriso doce e olhar calculado.

— O que faz aqui? — perguntou ele, em tom seco.

Paula fingiu não perceber a frieza.

— Não te vejo há algum tempo e resolvi te procurar. Disseram que você anda sumido da lida com os peões…vim ver se está tudo bem.

— Estou bem. — respondeu ele sem emoção. — Tenho andado ocupado com o escritório.

Ele fez menção de seguir caminho, mas ela o interceptou com um leve toque no braço.

— Na verdade, — disse ela, sorrindo — vim mesmo te procurar.

— Me procurar?

— Sim. Queria saber se você gostaria de ser minha dupla no próxi
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