Carlos tinha acabado de estacionar o carro quando viu Paula se aproximar. Fazia alguns dias que não a via, em outros tempos, o coração disparava e as mãos suavam só de ouvir a voz dela. Mas, ao vê-la se aproximando agora, em um vestido vermelho justo que marcava cada curva, Carlos não sentiu nada. Nenhum arrepio, nenhuma lembrança boa, apenas a sensação incômoda de quem percebe que o encanto já se perdeu.
— Olá, Carlos. — disse Paula, com um sorriso doce e olhar calculado.
— O que faz aqui? — perguntou ele, em tom seco.
Paula fingiu não perceber a frieza.
— Não te vejo há algum tempo e resolvi te procurar. Disseram que você anda sumido da lida com os peões…vim ver se está tudo bem.
— Estou bem. — respondeu ele sem emoção. — Tenho andado ocupado com o escritório.
Ele fez menção de seguir caminho, mas ela o interceptou com um leve toque no braço.
— Na verdade, — disse ela, sorrindo — vim mesmo te procurar.
— Me procurar?
— Sim. Queria saber se você gostaria de ser minha dupla no próxi