Lá dentro, a porta do escritório se fechou com um estrondo seco. O som ecoou pelas paredes revestidas de madeira, fazendo Natália estremecer.
Fernando caminhou até a mesa em passos largos, arrancou o paletó e o jogou sobre a cadeira com um gesto brusco. As veias em seu pescoço estavam tensas.
Natália permaneceu parada no meio do escritório, o coração acelerado, tentando entender o motivo de tanta fúria.
Fernando virou-se devagar, os olhos escuros faiscando.
— Então é só eu me ausentar um dia que meu docinho corre para o meu primo? — o tom era frio, cortante.
— Carlos é a única pessoa nessa casa que me trata com gentileza — respondeu, erguendo o queixo. — Você não precisava tê-lo constrangido daquele jeito!
Fernando deu uma risada curta, sem humor.
— Constrangido? E eu? O que deveria sentir ao chegar e ver minha esposa rindo, saindo do carro com outro homem, como se tivessem acabado de viver um lindo passeio de fim de tarde?
— Você está exagerando — disse ela, forçando a calma. — Carlo