A grande mesa de jantar estava posta e impecável como sempre, mas o clima era pesado, quase sufocante. Quando Fernando entrou, a expressão fechada, os olhos frio percorrendo a sala. Sentou-se com um suspiro contido. Natália, que se mantinha rígida, tentando não demonstrar o nervosismo que ainda a corroía.
Carlos mal levantava o olhar do prato, a senhora Catarina, mantinha a postura ereta, mãos apoiadas sobre o colo, o olhar frio e crítico. Mariana, ao lado da mãe, parecia prosperar na tensão. Encostou-se na cadeira, um sorriso torto nos lábios, e falou com ironia calculada:
— Que bom ver todos tão animados hoje à noite… É raro encontrar tanta harmonia em uma única refeição.
Fernando franziu o cenho, segurando a raiva com dificuldade.
— Harmonia? — replicou, a voz firme, olhando diretamente para Mariana. — Talvez queira me explicar o que considera “harmonia”.
— Ora, nada demais — disse Mariana, fingindo inocência. — É uma constatação.
Natália respirou fundo, tentando manter a calma..
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