Capítulo 77
Ezequiel Costa Júnior
Esperei Mariana adormecer.
A respiração dela aos poucos ficou mais lenta, ritmada. O choro havia cessado, mas eu sabia que o peito dela ainda estava cheio de cicatrizes mal fechadas. Ela dormia agarrada à barra da minha camiseta, como se temesse que o pesadelo voltasse se me afastasse.
Soltei o celular do bolso sem fazer barulho, levando até o rosto. Me levantei devagar, me afastando só o suficiente para não acordá-la, e disquei para Mauro. Ele atendeu no segundo toque.
— Já levou o filho da puta pro galpão? — minha voz era fria, direta.
— Don... não. — Mauro respondeu, e o silêncio que seguiu me fez apertar os olhos. — Ele sumiu. Já fomos até o endereço que ele usava como esconderijo, o cassino que costuma ficar e até a casa dele está vazia.
— Sumiu? Como assim? — rosnei. — Ele sabia que estavam atrás dele?
— Não até onde sei. Foi tudo meio estranho. Não levou nada, só desapareceu. Mas vou fazer uma varredura completa. Ele não