Capítulo 82
Ezequiel Costa Júnior
O estilhaço voou rente ao meu rosto. Senti o corte quente abrindo na bochecha antes mesmo de perceber o que estava acontecendo. A janela se despedaçou com um segundo disparo, e eu me joguei no chão por instinto, puxando a pistola do coldre na cintura.
Yulssef gritou algo, mas eu não ouvi. Não queria ouvir.
Engatinhei até a parede ao lado da janela destruída, respiração pesada, coração socando o peito como se quisesse fugir antes de mim. Levantei só o suficiente para mirar. Vi sombras do lado de fora, eram os malditos japoneses. Três, talvez quatro só no meu ponto de visão. Deveriam ter muitos deles espalhados. Estavam equipados. Disparavam tiros rápidos que vinham pra matar.
Disparei sem hesitar. Um corpo tombou, ouvi o grito abafado. Continuei atirando, recarregando com mãos treinadas, sem pensar. O gosto metálico do sangue escorria até minha boca. Eu estava de volta. No meu inferno familiar.
O barulho cessou de repente.
Nada a