Capítulo 83
Ezequiel Costa Júnior
Andei a passos rápidos até o jardim. Meus olhos bateram direto naquela cena maldita: Aaron estendido no chão, meu cachorro praticamente deitado sobre ele, também baleado. Não pensei, não hesitei.
— Mauro! — gritei, sentindo o gosto metálico da adrenalina na boca.
Ele veio correndo, arma em punho, os olhos arregalados.
— Pode puxá-los que te cubro! — berrou, tomando posição e começando a disparar contra os invasores que tentavam se aproximar.
Me atirei no chão sem pensar, puxando primeiro o Aaron pelos braços. O cachorro, mesmo ferido, rosnou quando mexi nele, mas reconheceu que estávamos do mesmo lado.
Puxei os dois com esforço, até atrás do portão lateral. Mauro segurava a linha de fogo como um louco, e senti o cheiro de Avelar que surgiu de algum canto, se juntando à guerra. A cada disparo, pedaços da fachada da casa se desfaziam. Vidros estouravam. O inferno tinha descido aqui.
Tranquei a porta quando conseguimos entrar, minhas mãos tremendo. Não